Comprei este CD movido por alguma curiosidade, confesso, após ter lido no NME que esta revista classificava este álbum em 14º lugar entre os melhores de 2005. O que para mim foi estranho, já que me parecia um pouco bizarro que uma banda sueca que canta as suas melodias em língua sueca, aparecesse num top britânico. Mas não. Não me enganei. Nem eles. O CD é de facto fabuloso.
Quando não estamos à espera de encontrar nada de especial, e começamos a descobrir, música após música, o sabor daquelas canções, mesmo quando não estamos a dar muita atenção, ou quando dentro da mesma música o ritmo muda totalmente e aí nos apercebemos que temos que nos sentar e ouvir o CD, descobrimos de uma forma encantada que há no seu interior uma luminosidade indescritível, um aroma verdadeiro, uma autenticidade no desfile das canções.
"Ta Det Lugnt" mostra sinais de potência progressiva, num triunfante pop ou psico-pop (como lhe chamaram), mas julgo eu, misturando um rock progressivo e psicadélico dos fins dos anos '60, com algumas malhas à folk trazidas não se sabe bem de onde (folk sueco?). Qualquer coisa inesperada que acontece ao longo de uma determinada música que lhe dá uma espécie de forma completa, assim como o inesperado também ocorre, como por exemplo, estar eu próprio a escrever um post sobre este CD dos Dungen.
Além destas características, parece-me uma combinação sonora que resultou forte e completamente sem pretensões, onde os membros (destaque para Gustav Ejstes, uma espécie de faz-tudo do grupo) parecem mesmo acreditar no que estão a produzir (em particular, para mim, um fantástico e consistente álbum). Um trabalho com ARTE que pede e chama pela nossa atenção. Ninguém fica indiferente a canções e sonoridades presentes em "Du E För Fin För Mig", "Panda", "Festival" ou "Gjort Bort Sig", mesmo quando não se percebe nada do que se está a ouvir (isto também pode ser um factor de atracção)...
Lançado em 2004 na Suécia, só partiu para o exterior em 2005, tendo sido lançado no Reino Unido em Outubro do ano transacto. Possui 13 faixas, das quais 4 são instrumentais e que nos deixa embalar por caminhos marítimos navegáveis pelos lagos e canais de Estocolmo, evocando assim um novo conceito de espaço e dimensão, deixando claramente explícito que a sua música é para aqueles que sentem uma paixão sublinhada pela sonoridade fresca, marcada pelas descobertas e escrita a bold nas nossas viagens intergalácticas.
Quem é que está por trás dos Dungen? Nada mais nada menos que Gustav Ejstes, o extraordinário 26 young-man que toca a maior parte dos instrumentos sozinho e que actua em conjunto com Reine Fiske (guitarra), Mattias Gustavsson (baixo) e Fredrik Björling (bateria).
Obrigatório comprar o CD ou sacar o CD ou copiar o CD aclamado em todo o mundo, desde a Europa aos States, passando pelo Brasil, Austrália, Nova Zelândia e pelo Japão, mesmo que curiosamente não tenha despertado grande interesse no país de origem, Suécia (o que é típico). Especial para quem gosta de The Go! Team, Animal Collective, Black Mountain e mesmo Arcade Fire.
:: Festival by Dungen in "Ta Det Lugnt" em audição nesta data.
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