2010/08/01

Latin (Holy Fuck)

Os canadianos Holy Fuck regressaram em 2010 com um novo álbum, 'Latin' (+ cd bónus, 'Ghost' com 4 temas adicionais), que mais frenético que o álbum antecessor, socorre-se de artifícios sonoros fascinantes, o que os torna ainda mais gratificantes, com o provocante sabor natural, já presente nesta banda de nome, também ele, delicioso.

O álbum começa mais ou menos por avisar o que se vai passar ao longo das 9 faixas do mesmo. Se  no 1º tema, "1MD", quase nem damos conta que o disco se iniciou e perguntamo-nos se estaríamos mesmo a ouvir Holy Fuck, lentamente a nossa dúvida se dissipa e parece que começamos a nos envolver numa caça à presa, passando do gelo inicial ao degelo provocado pelos ritmos punk-funk-bass trazidos pelo tema "Red Lights", logo seguido de "Latin America", numa quase pop a validar a época balnear presente.

Notando-se que com os primeiros 3 temas apresentados a dinâmica do grupo se alterou (para melhor), continuando com os ouvidos atentos a 'Latin', mantemo-nos à espera do que ainda falta chegar. Se "Stay Lit" e "Silva & Grimes" não são tão magistrais como se esperava na sequência do alinhamento de 'Latin', a verdade é que o melhor estava mesmo reservado para o fim, já que os últimos 4 temas do álbum demonstram efectivamente como é que os Holy Fuck podem ficar inchados de tanta vaidade pela composição dos mesmos, tornando a experiência 'Latin' super fascinante.

A sequência "SHT MTN", "Stilettos", "Lucky" e "P.I.G.S." é formidável,  fazendo dos mesmos, na minha opinião, os melhores temas do álbum ("Stilletos" talvez seja o melhor tema do álbum) e, pese a sua quase instrumentalidade a 100% (com excepção de vozes num ou noutro refrão), qualquer um deles serve perfeitamente para que, ao dançarmos perante tais músicas, nos libertemos por completo dos bloqueios arteriais, permitindo que o sangue flua correctamente por todo o corpo, sendo a nossa mente, tal como 'Latin', uma agregação de todas as partes boas do nosso corpo.

Gravado ao vivo em estúdio, 'Latin' mostra uma grande evolução dos Holy Fuck, arriscando-me desde já a dizer que é um dos grandes álbuns de 2010.


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