Nouns (No Age)

Se o primeiro álbum dos norte-americanos No Age, 'Weirdo Rippers', não me conquistou por aí além, o mesmo não posso afirmar relativamente ao seu sucessor, 'Nouns', que para mim pode mesmo ser classificado como o seu verdadeiro álbum de estreia.

Num pop-rock estranhamente sujo, mas completamente efervescente com bolhinhas a durarem o tempo certo para cada um dos temas, o duo No Age conseguiu com 'Nouns' enfeitiçar-me com uma beleza suplementar, às habituais distorções sonoras criadas por Dean Spunt e Randy Randall, numa semelhança territorial dos My Bloody Valentine, entre outros grupos do mesmo tipo.

Ao contrário de 'Weirdo Rippers', a barulheira trazida à baila por 'Nouns' é muito simpática, real, concisa, óptima para afastar maus espíritos, com uma mistura extraordinária de géneros musicais, sobressaindo aquele lo-fi adorável cá por estes lados, vindo das catacumbas de uma Califórnia sedenta de coisas improváveis que surfam pelas ondas do Pacífico.

Tal como as ondas do mar e as respectivas marés, por vezes encontro alguma acalmia no disco, o que também não deixa de ser muito bem-vinda, mas aquele ruidoso sabor da distorção, mesmo nos temas mais lentos, lá se encontra presente, até que as ondas voltem a rebentar na praia. Delicioso.

Os temas em destaque para este álbum são muitos: "Miner", "Eraser" [MP3 cortesia de The PhiLL(er)], "Things I Did When I Was Dead", "Cappo", "Sleeper Hold", "Errand Boy", "Here Should Be My Home", "Ripped Knees" e "Brain Burner". Ou seja, praticamente todo o disco!

Recomendado!

:: "Things I Did When I Was Dead" pelos No Age, em audição via side-bar deste blog, nesta data.

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