2009/05/18

Fever Ray (Fever Ray)


Há algum tempo atrás, eu gostava bastante desta estreia de Karin Dreijer, desta vez com alter-ego Fever Ray, no seu homónimo álbum-debut. Se calhar andava muito influenciado pelos 2 magníficos temas que abrem o álbum e que andaram na berra, mal o véu de 'Fever Ray' foi levantado. Após algum tempo de audição, verifico que o álbum tem nitidamente uma parte de temas muito bons e uma outra parte que... francamente. Quer parecer-me que a proposta musical defendida por Karin Dreijer assenta melhor nos tempos mais frios, especialmente aqueles vividos pela Península Escandinava onde os dias são realmente muito curtos na altura do inverno.

'Fever Ray' apesar de ser um álbum interessante e ter o seu mérito (mesmo que alguns temas possam ser uma extensão directa dos The Knife), não deixa de ser um álbum estranho. Aliás, muito estranho. A voz de Karin Dreijer parece ter mudado desde os tempos que co-habitava com o irmão pelos The Knife, não sei se influenciada por ter sido mãe há pouco tempo. Além do aspecto vocal, o aspecto soturno de alguns temas chegam a intimidar qualquer ser (cães inclusive) quando se decide pôr o disco a tocar aí pelas 2 da manhã na aparelhagem. Já nem falo na capa do disco... a dama Dreijer está mesmo a pedir para que tenhamos um pesadelo consigo própria [deve ter sido inspirada nas tais canções verdadeiramente secantes onde Karin Dreijer primava pela maso-claustrofobia (inventei agora esta palavra) que andaria a viver na altura da composição das mesmas].

Por outro lado, a busca por marcas de destaque dos anos '80 (digamos que Kate Bush poderia estar presente durante alguns temas), conduziu a que Fever Ray tenha tido os melhores momentos do álbum, momentos estes mesmo viciantes e fascinantes para quem ouve o disco.

Destacando a parte do disco que realmente interessa, na minha opinião, deixo destaque para os temas "If I Had a Heart", "When I Grow Up", "Seven", "Triangle Walks", "Now's the Only Time I Know" e "Keep the Streets Empty for Me". Quanto aos restantes temas, é mesmo resto. Neste campo glacial, prefiro outras propostas onde os elementos da banda não cantam.

Recomendado? Sim, mas de forma digital, ou seja, descarregar apenas os temas que são realmente fascinantes.

2 comentários:

Tiago Esteves disse...

Blasfémia....acho o álbum fabuloso...todas as músicas são qt a mim soberbas ;) Devias ver ao vivo para ficares ainda mais com a ideia de pesadelo...o concerto é mto estranho, mas tão bom. Como tal vou repetir a dose e vou ao Sónar para a ver de novo :D

Unknown disse...

Tiago Esteves :) Hahaha! Opiniões, meu caro! Não acho o álbum nada soberbo... antes pelo contrário. Como disse há lá alguns temas que... por favor.

Agora é claro que se tivesse a oportunidade de ver Fever Ray ao vivo não iria de modo algum desperdiçar! :D