2008/05/31

Animal Collective @ Lux, 28 Mai '08


Na continuação do post anterior, o concerto dos Animal Collective também se pautou pela particularidade de também ter sido muito sui generis, ironicamente falando. Apesar de um maior entusiasmo do público até porque, ao contrário de Atlas Sound, os Animal Collective (mesmo com menos um elemento em palco) eram VISTOS pela assistência, a sua prestação não foi de todo a melhor e o público, pelos vistos, continuava numa de fazer do concerto um evento social.

Eu, que continuei no mesmo sítio onde estava, pude assistir as peripécias que os Animal Collective tentaram fazer em palco, assim como olhar para a cara das pessoas que lá à frente se encontravam com uma cara algo confusa. O concerto foi praticamente dividido em duas partes bem distintas: uma a tender ligeiramente para a seca e outra que foi bastante positiva. Depois da paz e calma trazida por Atlas Sound, estava à espera (eu e provavelmente a maioria das pessoas) que os Animal Collective entrassem em palco a trazer a guerra depois da paz e assim, arrasar o Lux, ao seu estilo próprio. Não. Andaram ali a inventar umas coisas, experimentar outras, errar em algumas, agarrar uns samples no mínimo estranhos que lhes serviam de base e continuar como se nada fosse.

Em condições normais quando me dirijo a um concerto deste tipo (e provavelmente a maioria das pessoas), vou à espera de encontrar temas dos álbuns mais recentes: muitos do último e alguns do passado. Não sei bem o que aconteceu com os Animal Collective, pois para além de alterarem o curso dos temas que as pessoas conheciam, não se sabendo com que objectivo, até um cover dos Justice decidiram tocar, segundo o que li algures. Felizmente, já na tal 2ª parte do concerto, Noah Lennox lá agarra as rédeas do show e toca "Comfy in Nautica", através do seu alterego Panda Bear. Interessante? Sim. Gostei muito. Necessário? No mínimo nonsense. Como se os Animal Collective não tivessem repertório suficiente para o concerto.

Quando a maior parte de um concerto é feita pela improvisação e os seus riscos associados, julgo que os únicos que ganham com isso, se é que ganham, são as bandas. Pretendendo fingir um certo não alinhamento standard na sua forma de ser, acabam por transformar o público em autênticas cobaias. Para isso, façam as suas junk-private-parties e chamem os amigos para verem se o que estão a imaginar para o próximo álbum presta ou não.


4 comentários:

Anónimo disse...

Já tinha lido o teu comentário lá no meu blog, mas só agora li o teu post. Concordo em parte com o teu texto, acho que eles realmente ficavam a ganhar se inventassem menos. De qualquer forma acho que fiquei com uma opinião mais positiva do concerto. :P

Anónimo disse...

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eu gostei do concerto, apesar do som manhoso. não tão bom como o que há uns anos (2005?) vi na casa da música, mas mesmo assim bom.
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as horas a que começou é que foram francamente obscenas.
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Unknown disse...

Filipe :) Tens toda a razão! Eu também li o teu post, claro! Vi que gostaste bastante. Ainda bem!! :)) Caramba se fossemos todos iguais este mundo seria muito enfadonho!

Vais a Sunset Rubdown?
:)

Unknown disse...

Corpo Visível :) Hum... som manhoso? :S Bah! Por acaso o som no Lux estava bem bom, aliás, como habitual. :)

Acho que o concerto a que te referes foi em 2005... foi quando eles também estiveram cá em Lisboa, ou melhor, em Cacilhas.

A que horas começou o concerto?? Foi atraso ou estava mesmo programado? :S