O mais recente trabalho dos britânicos The Horrors, 'Primary Colours', é um exemplo de como determinadas bandas conseguem realmente provar o que valem e passam imunes ao síndroma do 2º álbum.
Confesso que os The Horrors, com o seu primeiro álbum, 'Strange House', me passaram um pouco ao lado. Achei-os na altura um bocadinho goth-psycho-pseudo-Cramps wannabes que, em determinadas alturas, nomeadamente através de clips ou entrevistas que vi e li, quer pela televisão quer pela web, me fizeram um pouco de medo. Toda aquela obscuridade, em partes devida aos Joy Division, parecia um pouco monocromaticamente forçada. A questão é que com 'Primary Colors', os The Horrors sofreram uma magistral (e inesperada) metamorfose, ajudada por um dos mestres do trip-hop Geoff Barrow (Portishead), mas sobretudo levada a cabo pelo vocalista Faris Badwan (o seu nome também sofreu uma transformação, antes era conhecido por Faris Rotter), que se apresenta na mesma um pouco a Ian Curtis, mas muito mais estiloso e interessante que antes e com uma leque de ligações mais vincadas aos My Bloody Valentine, The Jesus & Mary Chain ou mesmo a Nick Cave.
E se em 2007 o universo das guitarras distorcidas já era uma vantagem de certa forma dominada pelos The Horrors, em 2009 este universo ainda se acentua mais, convergindo num álbum brilhante, progressivo, tornando a escuridão mais clara nos dias mais sombrios, evoluindo de forma completamente natural, alargando a sua palette de cores para um rol de influências e estilos musicais menos óbvios, desde o nu-metal, dub ou mesmo a uma Britpop menos popzinha e chata.
Ao contrário de algumas (novas) bandas que também andam pelos lados sheogazes da vida, os The Horrors percorrem um caminho de uma certa originalidade, bebendo influências de grandes bandas do passado é certo, mas ajustando as suas sonoridades à época actual, aos novos estilos musicais surgidos no século XXI, chamando a atenção que o que era antes já não é hoje. Coisa que, por exemplo, os tão aclamados The Pains of Being Pure at Heart que com o seu bem bom EP-début antecipava uma boa recepção para o seu álbum de estreia, mas que, na minha opinião, conformaram-se como uma espécie de cópia chatinha regresso ao passado dos My Bloody Valentine.
São temas como "Mirror's Image", "Three Decades", "Who Can Say", "Do You Remember", "Scarlet Fields" [bem, este tema é tão "Love Will Tear Us Apart" (Joy Division), chega a ser escandaloso], "I Can't Control Myself" e a espectacular "Sea Within Sea" (talvez o melhor tema do álbum) que permitem destacar 'Primary Colours' como um dos grandes álbuns de 2009.
Notável. Álbum Recomendado!
Confesso que os The Horrors, com o seu primeiro álbum, 'Strange House', me passaram um pouco ao lado. Achei-os na altura um bocadinho goth-psycho-pseudo-Cramps wannabes que, em determinadas alturas, nomeadamente através de clips ou entrevistas que vi e li, quer pela televisão quer pela web, me fizeram um pouco de medo. Toda aquela obscuridade, em partes devida aos Joy Division, parecia um pouco monocromaticamente forçada. A questão é que com 'Primary Colors', os The Horrors sofreram uma magistral (e inesperada) metamorfose, ajudada por um dos mestres do trip-hop Geoff Barrow (Portishead), mas sobretudo levada a cabo pelo vocalista Faris Badwan (o seu nome também sofreu uma transformação, antes era conhecido por Faris Rotter), que se apresenta na mesma um pouco a Ian Curtis, mas muito mais estiloso e interessante que antes e com uma leque de ligações mais vincadas aos My Bloody Valentine, The Jesus & Mary Chain ou mesmo a Nick Cave.
E se em 2007 o universo das guitarras distorcidas já era uma vantagem de certa forma dominada pelos The Horrors, em 2009 este universo ainda se acentua mais, convergindo num álbum brilhante, progressivo, tornando a escuridão mais clara nos dias mais sombrios, evoluindo de forma completamente natural, alargando a sua palette de cores para um rol de influências e estilos musicais menos óbvios, desde o nu-metal, dub ou mesmo a uma Britpop menos popzinha e chata.
Ao contrário de algumas (novas) bandas que também andam pelos lados sheogazes da vida, os The Horrors percorrem um caminho de uma certa originalidade, bebendo influências de grandes bandas do passado é certo, mas ajustando as suas sonoridades à época actual, aos novos estilos musicais surgidos no século XXI, chamando a atenção que o que era antes já não é hoje. Coisa que, por exemplo, os tão aclamados The Pains of Being Pure at Heart que com o seu bem bom EP-début antecipava uma boa recepção para o seu álbum de estreia, mas que, na minha opinião, conformaram-se como uma espécie de cópia chatinha regresso ao passado dos My Bloody Valentine.
São temas como "Mirror's Image", "Three Decades", "Who Can Say", "Do You Remember", "Scarlet Fields" [bem, este tema é tão "Love Will Tear Us Apart" (Joy Division), chega a ser escandaloso], "I Can't Control Myself" e a espectacular "Sea Within Sea" (talvez o melhor tema do álbum) que permitem destacar 'Primary Colours' como um dos grandes álbuns de 2009.
Notável. Álbum Recomendado!
.:: Artigos relacionados com os The Horrors neste blog: 1. Podcast do Solstício de Verão: PodKraak #6 Para o BrainDance; 2. The Big Pink-"Velvet"; 3. Mr. S vs Kraak-Set, 9 Jan '09; 4. K-Surprise.Sometimes [Kraak+Mr. S]-Set, 19 Jul '08; 5. Clip: Wide Awake (The Twang); 6. Prémios by Kraak, #3.
..:: Automatic English (bad) Version powered by Google.